Terapia sexual é a aplicação de técnicas profissionais e éticas para lidar com problemas da função sexual das pessoas. Ela presume que o reconhecimento do conceito de sexualidade é uma preocupação legítima para profissionais e que é direito dos indivíduos esperar conhecimento de especialistas quando procuram remédios para suas preocupações sexuais. Terapeutas sexuais e sexologistas clínicos focam suas habilidades especializadas para ajudar indivíduos e/ou casais a lidar com suas preocupações sexuais.
Por que a terapia sexual é necessária?
Terapia sexual é o resultado da relativamente recente atenção científica à função e disfunção sexual humana. Do conhecimento maior sobre a fisiologia e psicologia do comportamento sexual humano, aparece uma nova valorização profissional da resposta sexual. Em momentos da nossa sociedade em que a sexualidade está sendo discutida mais abertamente, estamos começando a perceber como muitas pessoas são realmente desinformadas sobre esse tema pessoal tão importante.
A importância da função sexual varia para indivíduos, claro, mas para muitos está estreitamente ligada ao conceito geral de identidade própria. Para estas pessoas, problemas de função sexual podem levar a uma desvalorização de si mesmo – “quando não me sinto bem em relação à minha sexualidade, como posso me sentir bem em relação a mim mesmo?”. Nós também estamos em tempos onde as unidades maritais e de família parecem ser bem vulneráveis. Conceitos de relacionamentos tradicionais estão sendo reavaliados, desafiados e reestruturados. Alternativas ao casamento agora estão sendo experimentadas mais abertamente e estão tornando-se mais amplamente aceitas do que em qualquer outro tempo na nossa história.
Independentemente da estrutura compartilhada do relacionamento íntimo, a sexualidade serve como uma função valiosa para a maioria dos casais. Torna-se uma expressão de cuidado, não apenas com o parceiro, mas consigo mesmo. Pode se tornar um laço poderoso em um relacionamento que, na sociedade de hoje, encara exigências consideráveis de tempo, energia e compromisso.
A insatisfação com o relacionamento sexual e a perda daquela intimidade compartilhada, em vários casos, pode levar a sentimentos e atitudes negativas que são destrutivas em um relacionamento. Muitos casamentos terminam, portanto, por causa de diferenças e dificuldades sexuais não resolvidas.
Quem vai a uma terapia sexual?
O terapeuta sexual trabalha com uma variedade ampla de problemas relacionados à sexualidade. As pessoas procuram ajuda com problemas como excitação (impotência ou frigidez), assim como problemas com orgasmo (ou inabilidade de alcançar o clímax ou de controlar a ejaculação). Além de pedir avaliação e tratamento médico, muitas pessoas que têm sexo doloroso também procuram ajuda da terapia sexual.
Casais frequentemente procuram ajuda quando se torna aparente que as diferenças sexuais existem nos seus desejos sexuais ou quando eles sentem que seu relacionamento sexual não está crescendo como gostariam. A necessidade de informação adicional, comunicação verbal/física mais eficaz e enriquecimento sexual levam muitos casais ao consultório na busca de melhorar o relacionamento íntimo deles.
A terapia sexual também está disponível para aqueles que querem resolver questões difíceis de inibição sexual ou mudança indesejada nos hábitos sexuais. As pessoas com questionamentos sobre sua identidade ou preferência sexual procuram para consultas o terapeuta sexual treinado. Pais consultam o terapeuta sobre a curiosidade e experimentação sexual de seus filhos e procuram insights de modos de como promover um desenvolvimento saudável para seus jovens através de uma educação sexual eficaz em casa. Terapeutas sexuais ajudam aqueles que têm dificuldades sexuais como resultado de incapacidades físicas ou como consequência de uma doença, cirurgia, envelhecimento ou abuso de álcool.
Como a terapia sexual difere das outras terapias?
A terapia sexual emprega muitos dos mesmos princípios básicos de outras modalidades terapêuticas, mas é única na sua forma de abordagem especificamente desenvolvida para o tratamento de problemas sexuais. Ou seja, terapia sexual é uma forma especializada de tratamento usada para um aspecto de uma série ampla de problemas humanos. Aqui está seu valor e também sua limitação! Técnicas de terapia sexual, quando aplicadas por um conselheiro ou terapeuta não treinado, podem focar demais no comportamento sexual mecânico, chegando a excluir completamente o indivíduo e o relacionamento.
[sc:artigos_relacionados]Há limitações?
Assim como qualquer terapia para dificuldades pessoais ou comportamentais, a terapia sexual tem suas limitações. Apesar de normalmente breve e eficaz com a maioria das preocupações sexuais, a terapia sexual não oferece uma cura milagrosa para todos os problemas interpessoais.
O sucesso do tratamento depende de vários fatores e nenhum é menos importante na natureza do problema, motivação do paciente, objetivos terapêuticos e habilidades do terapeuta. O futuro paciente e/ou casal motivado deve escolher um terapeuta cuidadosamente e estabelecer objetivos realistas cedo nas consultas.
Se você não está confortável com seu terapeuta ou sente que ele estabeleceu objetivos irreais para seu desempenho, discuta estas preocupações com ele/ela. Toda terapia depende da confiança e respeito mútuo, mas isso é particularmente verdade quando trabalha-se os assuntos íntimos na terapia sexual.
Como alguém sabe se um terapeuta sexual é qualificado?
Deve-se entender que em qualquer campo novo, uma variedade de definições e expectativas existirão por um tempo, e que uma ampla variedade de pessoas irão se dizer experts de acordo com suas próprias definições do campo. As expectativas apresentadas aqui podem ser criticadas por alguém como muito rígidas, mas é propositadamente direcionada a apresentar um conjunto de indicadores restritos para selecionar um terapeuta sexual. O cliente deve ter cautela e escolher sabiamente!
Cinco critérios precisam ser vistos ao escolher um terapeuta sexual. Primeiro, ele deve ter um conhecimento sólido das bases anatômicas e fisiológicas da resposta sexual. O terapeuta sexual pode, portanto, ter algum treinamento médico básico ou pode ser de outra profissão que não seja médica, mas com uma pós-graduação nos aspectos biológicos da sexualidade humana. Um terapeuta sexual qualificado que não seja médico normalmente trabalhará muito proximamente a médicos ou trabalha em uma clínica médica ou faculdade de medicina.
Depois, o terapeuta sexual qualificado pode ter habilidades em fornecer aconselhamento e psicoterapia, e a maioria dos terapeutas sexuais tem uma base sólida em psicologia, psiquiatria, trabalho social psiquiátrico ou enfermagem psiquiátrica. Esta base nas ciências comportamentais é essencial para entender o indivíduo por completo e para o planejamento de um programa de tratamento individualizado. Há, no entanto, algumas exceções notáveis à regra de que o terapeuta sexual deve ter treinamento tradicional em saúde mental, no sentido de que há também terapeutas sexuais altamente respeitados e treinados que começaram no clero. Essas pessoas, entretanto, precisam demonstrar pós-graduação específica em aconselhamento pastoral ou em áreas equivalentes de saúde mental psiquiátrica.
O terceiro critério é que o terapeuta sexual, tendo tanto sofisticação biológica quanto psicológica, deve ser capaz de demonstrar treinamento extenso na pós-graduação especificamente dentro das áreas de função e disfunção sexual, aconselhamento sexual e terapia sexual. Um mero workshop ou possuir alguns filmes sobre terapia sexual não preenchem esse requisito, e o futuro cliente deve sentir-se à vontade para pedir uma lista de experiências de treinamento específico nessas áreas especializadas.
O quarto requisito a ser preenchido é o de ter especialidade em aconselhamento de relacionamento. Isto é, o terapeuta sexual deve também ser um terapeuta treinado de casamento, família e/ou grupo. Para trabalhar eficazmente os problemas sexuais, o terapeuta sexual deve ser capaz de trabalhar eficazmente também com relacionamentos não-sexuais. O comportamento sexual não ocorre no vácuo – ele ocorre dentro de um relacionamento! O relacionamento total deve, portanto, ser avaliado e tratado de forma acurada.
O quinto requisito é que o terapeuta adira a um código rígido de ética! Clientes futuros têm o direito de pedir uma cópia do código de ética do terapeuta antes de concordar com qualquer tratamento.
Como se encontra um terapeuta sexual qualificado?
A maioria dos terapeutas sexuais qualificados não depende de anúncios no jornal, já que a maioria dos profissionais fez a si e suas credenciais conhecidos por outros profissionais da comunidade. Se você precisa de uma terapia sexual, você deve começar se consultando com seu médico, ginecologista ou urologista de seu parceiro. Peça a seu médico indicações que ele usou os serviços sigilosamente.
Quando ligar para um profissional, pergunte suas qualificações, experiências e taxas! É recomendado que você ligue e pergunte “você tem alguma especialidade?” ao invés de dizer “eu tenho um problema sexual – você pode me ajudar?”.
Talvez as indicações mais úteis venham de algum outro profissional conhecedor dentro de sua comunidade. Entretanto, também pode ser útil poder descobrir que terapeutas pertencem associações profissionais reconhecidas que têm altos requisitos para adesão e reforça códigos rígidos de ética.
O que posso esperar em uma terapia sexual?
Mesmo terapeutas sexuais qualificados podem diferir amplamente nas suas abordagens básicas para o tratamento de problemas sexuais, mas algumas generalizações podem ser feitas.
Primeiro, você pode esperar falar explicitamente e em detalhes sobre sexo. Não se pode resolver problemas sexuais falando por cima sobre eles! Nem se pode conseguir nenhuma informação sexual nova a menos que uma instrução clara e direta seja dada!
Depois, você pode esperar ter a oportunidade de adicionar seu conhecimento ao ler livros e/ou ver filmes clínicos selecionais feitos especialmente para o uso na terapia sexual. Você não deve, entretanto, fazer nada que não entende, e deve reservar-se o direito de perguntar o propósito da tarefa. É seu direito de recusar ou adiar agir de acordo com as sugestões do seu terapeuta, ao invés de se permitir ser pressionado a um comportamento que pode até aumentar seu desconforto. Toda tarefa, dever, ou experiência apresentada pelo terapeuta deve se encaixar em um tratamento compreensível e aceitável de plano de tratamento – e você tem o direito de questionar os procedimentos.
Terceiro, você deve esperar que os terapeutas sexuais não julguem e não descrevam seu próprio conforto em dar e receber informação sexual. Embora você possa esperar ser desafiado e confrontado com questões importantes, você pode também esperar uma atitude respeitosa em relação àqueles valores que você não quer que mude.
Quarto, a menos que seu terapeuta seja um médico licenciado querendo conduzir um exame médico, você não deve esperar que te peçam para tirar a roupa na presença de seu terapeuta. O contato sexual entre cliente e terapeuta é considerado falta de ética e destrói o relacionamento terapêutico. Nenhum dos dois deve ser requisitado a fazer sexo com seu parceiro na presença do terapeuta. Atividades sexuais explícitas não devem ocorrer na terapia sexual, mesmo que a fala, material e tarefas sejam, pela natureza do problema, especificamente sexuais e por vezes cruamente explícitas.
Por fim, você deve sentir que está sendo ouvido e adequadamente representado na sua terapia sexual. Ou seja, você deve ter consciência se tiver sido estereotipado como “feminina”, “gay, “muito velha” ou de qualquer outra forma que interfira no seu senso de identidade única dentro do ambiente terapêutico. Você deve sentir que está sendo tratada como um indivíduo, não uma categoria!
A terapia sexual é uma abordagem nova e dinâmica para problemas humanos muito reais. Ela se baseia em pressupostos de que o sexo é bom, que relacionamentos devem ser significativos e que a intimidade interpessoal é um objetivo desejável. A terapia sexual é por natureza uma modalidade de tratamento muito sensível e por necessidade deve incluir respeito aos valores dos clientes. Ela não deve julgar e nem ser sexista, com o reconhecimento de direitos iguais para homem e mulher para a expressão e prazer totais de relacionamentos sexuais saudáveis.
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Matéria mais bem explicada que já vi até agora. Bem completa e tirou umas dúvidas minhas.