Controle de natalidade masculino

Efeitos Colaterais Interrompem Estudo Sobre Controle de Natalidade Masculino

Historicamente, o controle da natalidade tem caído no colo das mulheres. As mulheres são quem têm mais a perder se engravidam durante os momentos que não querem. No entanto, os homens partilham uma responsabilidade tão grande na prevenção da gravidez quanto elas, e é por isso que há anos se estuda sobre um método de controle de natalidade masculino.

A fase II de um estudo clínico realizado com 320 participantes testou uma injeção de dois hormônios projetados para diminuir a contagem de espermatozoides.

Os homens receberam injeções de 200 mg de enantato de noretisterona (progestina) combinados com 100 mg de undecanoato de testosterona, administrados a cada oito semanas.

De acordo com o estudo que foi patrocinado pelo CONRAD, sigla em inglês para Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Contracepção e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), “o primeiro participante do estudo foi inscrito no dia 4 de setembro de 2008, e o último participante completou o estudo no dia 30 de maio de 2012”.

O estudo mostrou que as injeções foram cerca de 96% eficazes na prevenção de gravidez nos 247 homens que alcançaram a supressão adequada do esperma após 24 semanas recebendo as injeções.

A reversibilidade cumulativa da supressão de espermatozoides após 52 semanas de recuperação foi de 94,8%.

Houve apenas quatro gestações no grupo de 266 participantes do sexo masculino que receberam as injeções e que permaneceram no estudo.

Alguns homens abandonaram o estudo devido aos efeitos colaterais do aumento da acne, dor no local da injeção, aumento da libido e transtornos de humor.

De acordo com a NPR – National Public Radio (organização de comunicação sem fins lucrativos e de titularidade pública dos Estados Unidos), “alguns homens também desenvolveram alterações de humor e, em alguns casos, essas mudanças de humor ficaram muito ruins. Um homem desenvolveu depressão grave e outro tentou cometer suicídio. Por causa disso, eles cortaram o estudo.”

Se você é uma mulher e está lendo este artigo, deve estar se questionando que a mulher que toma pílulas anticoncepcionais ou outro método de contracepção hormonal também experimenta efeitos colaterais, como depressão ou alteações de libido, certo?

Como é que não se pode esperar que os homens suportem efeitos colaterais enquanto as mulheres os suportam há anos, a fim de ter um método eficaz de controle de natalidade?

A questão é que tomar métodos de controle de natalidade para mulheres apresenta diferentes riscos, de acordo com uma análise, em comparação aos que apresentam para os homens, ressaltou a NPR.

Em essência, há um duplo padrão. E essa diferença surge na determinação da segurança para os homens que estão sendo tratados para a supressão do controle de natalidade.

Para as mulheres, engravidar significa o risco da própria gravidez, em termos de saúde e a capacidade de continuar a sua carreira. Para os homens, eles correm pouco risco se a outra pessoa engravidar. Fisicamente não irá afetá-los e eles não terão que deixar o emprego se a mulher engravidar.

É verdade que o controle da contracepção em homens e mulheres é algo realmente diferente.

Nas mulheres, o controle de natalidade consiste em impedir que um óvulo seja fertilizado e implantado uma vez por mês.

Já nos homens, os espermatozoides são produzidos diariamente, e mesmo neste estudo, nem todos os homens responderam à supressão de esperma com os hormônios injetados.

Dos 320 homens que iniciaram o estudo, 274 que chegaram ao estágio seguinte tiveram suas contagens de esperma suficientemente suprimidas – cerca de 85%, que foram confirmadas através da contagem de espermatozoides realizada em um laboratório.

Também é importante notar que não houve um grupo de controle neste estudo para comparar a eficácia contrária.

Dos casais que participaram até o final do estudo, “mais de 75% relataram estar pelo menos satisfeitos com o método e dispostos a usá-lo, se disponível, o que apoia o desenvolvimento dessa abordagem”, de acordo com o estudo.

Alguns homens até expressaram o desapontamento por não continuar recebendo os medicamentos do estudo.

A NPR relatou que ainda há esperança de que a pesquisa continuará. “Nós vamos continuar testando”, mas eles ainda estão a cerca de uma década de inventar algo assim para os homens.

De fato, um método de controle de natalidade masculino seria ótimo para muitos homens, afinal seria mais uma maneira de se prevenir, além do que poderia fazer com que suas parceiras, que há anos tomam a famosa pílula, tirassem umas “férias”.

Você trocaria com o seu parceiro quem toma o método contraceptivo, ao menos por um tempo? Acredita que foi justo cessar os estudos por conta desses efeitos colaterais? Comente abaixo!

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