Nossa personalidade foi construída com base em vários momentos ao longo de nossa vida. A forma como nossos pais, irmãos e amigos nos trataram pode reverberar ao longo de décadas, de forma positiva ou negativa. Por isso, é muito importante ter consciência sobre a forma que pensamos, agimos e reagimos nas relações.
Os medos, por exemplo, revelam muito sobre uma pessoa e podem colocar suas relações do presente em risco sem que ela perceba. Veja, a seguir, o que os seus medos dizem sobre a sua vida amorosa e como trabalhar para reduzi-los na medida do possível.
Vivemos em uma época em que não há espaço para perdedores: você precisa ser o melhor, ter o desempenho mais alto em tudo o que faz. Isso estimula o individualismo e a comparação com os outros, que muitas vezes ganha ênfase na família (quando os pais preferem um filho e dão menos atenção ao outro, por exemplo).
Se você passou por alguma situação assim, talvez viva com medo de não ser boa para o seu parceiro. Tenha em mente que ele gosta de você exatamente como é, como seus defeitos e qualidades. São esses detalhes que tornam as pessoas especiais.
As situações de abandono são muito comuns, seja dentro da família ou em relações amorosas. Elas podem deixar traumas persistentes que vão se refletir nas relações posteriores, por isso é necessário ter clareza sobre esses sentimentos.
Lembre-se de que cada relacionamento é diferente do outro, e não é porque você viveu algo negativo que essa situação vai se repetir. Sufocar o seu parceiro e ter ciúmes em excesso são atitudes que afastam mais do que aproximam. Diga ao seu parceiro como se sente, pois não há como ele saber que algumas situações a afetam tanto.
O perfeccionismo está relacionado à demanda por desempenho que vivenciamos em várias esferas da vida cotidiana. Você pode pensar que há dezenas de mulheres mais bonitas e interessantes que seu parceiro pode conhecer, mas elas nunca serão iguais a você.
A relação é construída com duas pessoas com base em muito esforço, atenção e carinho, e isso é mais importante do que aspectos fúteis como excesso de preocupação estética. Acredite em si mesma e observe sempre as suas qualidades.
Relacionar amor à aprovação muitas vezes vem de casa: talvez você tenha sido criada de forma que só ganhava a atenção de seus pais quando terminava um dever, por exemplo. Essa forma de educar foi muito comum em algumas gerações, e os pais não faziam ideia como isso pode influenciar nas emoções – por isso, nada de culpá-los.
De qualquer forma, essa associação está formada e pode prejudicar a relação com o parceiro. Novamente, quando alguém ama de verdade, ama o outro da forma como ele é, sem excesso de idealização. Caso contrário, é apenas uma paixão passageira.
Pessoas que foram criadas de forma a não demonstrar sentimentos geralmente sofrem de excesso de controle. Tudo precisa estar sob o seu domínio, inclusive os momentos para expressar raiva, amor e etc. Só que a vida não funciona desse jeito.
Na relação com o seu parceiro, é preciso entender que ele é um indivíduo com características e sentimentos próprios, que estão além do seu controle. Vocês podem compartilhar muitas coisas, mas uma parcela continuará apenas com ele – e isso é mais do que saudável. Dê-se ao luxo de perder o controle e deixar as coisas fluírem um pouco.
Quem já passou por alguma situação abusiva, em termos físicos ou psicológicos, passa a ficar desconfiado das reais intenções dos outros. Parece tudo uma grande encenação que, no fim das contas, mostrará que a outra pessoa só queria se aproveitar de você.
É um processo delicado, mas é possível começar a enxergar as pessoas como realmente são, sem se basear apenas nas experiências passadas. Em caso de dificuldade com qualquer um desses medos, não deixe de procurar um psicólogo.