Muitos casais são mais apegados aos seus celulares do que entre eles. Se eles perdessem o celular em um shopping ficariam mais apavorados do que se perdessem o seu parceiro.
Os smartphones se tornaram a zona de conforto das pessoas. São de fácil acesso, cabem em qualquer bolso e pode te ajudar em qualquer lugar do mundo. Se está com fome em um local totalmente desconhecido, é só olhar nele que verá o restaurante mais próximo com a comida que você quer.
Esses celulares respondem a algumas das perguntas mais básicas dos seres humanos: “Você está sempre aqui para mim? Cuidar de mim é a sua prioridade?”
No entanto, há uma necessidade básica humana que nesta era moderna de gratificação instantânea, não se pode receber de um dispositivo eletrônico, e é a conexão humana física.
Muitos estudos realizados nos últimos 80 anos concluíram que o toque é uma necessidade essencial para o desenvolvimento e bem-estar humano. Na década de 1930, o psicólogo Harry Harlow provou a verdadeira importância do toque para o desenvolvimento primata. Ele provou que simplesmente casa e comida não são suficientes. As pessoas precisam do conforto físico e de afeto.
Os pesquisadores também descobriram as consequências devastadoras que a falta do toque causa no desenvolvimento humano, quando milhares de órfãos romenos passaram por problemas de crescimento (incapacidade de ganhar peso, crescimento retardado, e não alcançar os marcos mentais e emocionais típicos) como resultado de não receberem afeto.
Pesquisas mais recentes, conduzidas por James Coan, PhD., descobriram que o simples ato das mulheres segurarem as mãos dos seus maridos enquanto recebiam um choque em seus tornozelos diminuiu o nível deles de ansiedade e dor.
Muitas pesquisas também provaram o quanto é importante simplesmente olhar para a outra pessoa. Michael Orlans, outro pesquisador, afirma: “O olhar entre um bebê e o seu cuidador é uma forma primária de comunicação para aproximação. As crianças olham nos olhos das suas mães e recebem mensagens poderosas sobre suas emoções e envolvimento, o que influenciará nos sentimentos do bebê de segurança.”
Esta fonte primária de informação é muitas vezes negligenciada nos relacionamentos da nova era, dado que grande parte da comunicação moderna é, agora, feita sem o contato olho-no-olho.
Sentar no sofá e passar horas assistindo televisão ao lado do seu amor não é um grande exemplo de nutrir a qualidade do relacionamento – apesar de que muitas pessoas acreditam que sim – embora seja a forma mais comum, como muitos casais descrevem que é como eles se “conectam”.
Dr. Albert Mehrabian, autor de Silent Messages – Mensagens Silenciosas – descobriu que 93% da forma como os humanos se comunicam é através dos elementos não-verbais, como gestos faciais, postura e tom de voz.
Uma especialista em terapia de casal sugere que os casais voltem à forma mais básica de conexão, a que está enraizada no olhar e no toque.
Antes de começar a trocar informações pela forma verbal, os casais devem se sentar em cadeiras de frente um para o outro, de mãos dadas e ficarem se olhando.
O desconforto momentâneo que vem devido a que as pessoas estão fazendo algo que está fora do seu costume se derrete em um estado de ressonância límbico.
Os casais que não se tocaram há meses, muitas vezes começam a chorar devido à intensidade extrema da emoção que vem com uma sensação de “voltar para casa”, de voltar para a necessidade mais básica de conexão.
No verdadeiro sentido da expressão, os casais sincronizam-se um com o outro, conforme os seus dois sistemas operacionais trocam informações, da maneira como os humanos foram projetados inicialmente para se comunicarem.
Um conselho para os casais que se comprometem nestes dias modernos é que sincronizem-se com o olhar e o toque um do outro, com a mesma urgência com a qual checam seus e-mail, mensagens de voz, tweets, etc.