Dizer que a tecnologia dos smartphones e da internet não ajuda as nossas vidas certamente é uma mentira das grandes. Como não gostar da facilidade de poder tirar fotos, gravar vídeos e divulgá-los no momento em que quisermos, de podermos conversar instantaneamente com pessoas que estejam geograficamente bem distantes da gente ou da praticidade de poder pesquisar sobre qualquer assunto na hora em que precisar?
Entretanto, nós também não podemos dizer que o grande apego aos aparelhos que vemos nos dias de hoje não atrapalha nossa vida. Quem nunca viu a clássica cena de um grupo de amigos reunidos na mesa de um bar, que em vez de conversarem entre si, cada um fica mexendo no seu aparelho? Isso é um grande sinal de como toda essa tecnologia pode atrapalhar os nossos relacionamentos, sejam eles familiares, românticos, de amizade ou profissionais.
Para ter uma ideia de como isso acontece de verdade, confira a seguir uma lista que mostra situações em que a tecnologia prejudica a nossa vida:
O prato que vocês pediram no restaurante finalmente chega. Todos se empolgam porque estavam com muita fome e alguém já se prepara para dar a primeira mordida quando outra pessoa pede que ninguém coma até que os pratos sejam devidamente fotografados e publicados no Instagram.
Aí, além de esperar até que a pessoa encontra a melhor imagem e o filtro perfeito, é preciso ouvir ela dizendo quantas curtidas a imagem teve e quem comentou.
Mas, espera aí, cadê a naturalidade de um jantar entre amigos? Vocês não deveriam estar conversando sobre as novidades da vida ou simplesmente rindo das piadas bobas do palhaço da turma? Tempo para ficar nas redes sociais todo mundo terá depois, mas as oportunidades de passar um período agradável com a turma não são tão frequentes assim.
“Ah, você foi para a Bahia nas férias passadas? Engraçado, eu não vi nenhuma foto no Facebook.” Claro, porque se você vai viajar para um lugar bacana nas férias, não basta registrar o momento e guardar para si. Se as fotos não forem parar nas redes sociais é como se o passeio nem ao menos tivesse acontecido.
Você vai encontrar o rapaz pela primeira vez e não o conhece tão bem assim. Não custa nada fuçar os perfis dele na rede social e dar uma olhadinha nas coisas que ele gosta, não é mesmo? Pode até ser que dessa maneira você descubra algum podre do cara e se livre de uma roubada, mas ao fazer isso também se vai aquele mistério gostoso que os inícios de relacionamentos têm quando as pessoas ainda não se conhecem tão bem assim e vão se descobrindo com o tempo.
Ah, e não dá para deixar de lado a possibilidade de que se você futrica as redes do rapaz, ele também poderá fazer isso nas suas. Então, ele pode achar alguma coisa não muito bacana sobre você e as chances de vocês terem algo a mais terminarem antes mesmo que os dois se conheçam de verdade.
Ninguém gosta de estar sozinho o tempo todo, mas de vez em quando isso é bom! Seja para pensar sobre a vida ou ler um livro, ficar só tem lá as suas vantagens. O problema é que com o celular grudado, é praticamente impossível fazer isso e não ser distraído pelos barulhinhos de notificação do aparelho.
Hoje em dia parece que não basta ter um pedido de namoro ou casamento dos mais épicos e românticos, é preciso que a relação seja “oficializada” no Facebook. E não é suficiente simplesmente publicar fotos e declarações de amor, é preciso colocar a marcação “em um relacionamento sério com…” ou “noiva de…”
E quando a pessoa não faz isso é bem capaz que a outra com quem ela se relaciona pense que há algum problema escondido por trás disso. Não que isso seja impossível, mas às vezes a pessoa simplesmente não se importa tanto com o mundo virtual quanto com o real. E não é assim que todos nós deveríamos ser, no final das contas?
E quando um casal oficial do Facebook termina o relacionamento? Os dois aparecem como solteiros na linha do tempo da galera e os cochichos começam a rolar. Por que será que eles terminaram? Será que houve traição? Então, algo que é bem pessoal e geralmente seria revelado aos poucos para as pessoas, de repente vira assunto de gente com quem nem se tem tanta intimidade assim.
Alguns podem até ser mais delicados e fingir que não viram a publicação para não incomodar o ex-casal, mas outros não ligam muito para isso e soltam comentários do tipo “Nossa, vocês eram tão lindos juntos. O que aconteceu? Que pena!”
Isso sem contar sobre crises no trabalho ou de família que podem se tornar públicas por um desabafo ou uma indireta que alguém acaba soltando em um momento de estresse. E uma vez que todos os seus contatos sabem dos seus problemas pessoais, fica difícil impedir os comentários maldosos ou as intromissões indesejadas.
Lembra do exemplo que demos no início do texto? É justamente dele que estamos falando agora. Se você marca de se reunir com os amigos que não vê há tempos ou com os parentes com quem não convive tanto, justamente para matar a saudade, por que ficar com os olhos grudados na tela de um celular?
Já que não é tão fácil assim conseguir passar um bom tempo com eles, é melhor desligar o aparelho ou deixá-lo bem longe e curtir esse raro momento de comunhão com eles. Aposto que ainda haverá muito tempo para responder aquela mensagem no Whatsapp ou dar uma olhadinha no Twitter.
Com email e todos os aplicativos de mensagem instantânea, grande parte das interações e conversas entre as pessoas acaba sendo por meio do smartphone ou computador. Mas e quando não dá para encontrar alguém desse modo e é preciso telefonar para a pessoa? Nós ficamos tão desacostumado com isso, que podemos até achar a situação meio desconfortável.
O lado bom disso tudo é que se uma pessoa que pode conversar com você por esses aplicativos resolver te ligar para ouvir a sua voz, o sinal é que ela realmente se importa com você!
Bem, depois dessa, não resta muito a dizer a não ser: vamos deixar o celular um pouco de lado e focar mais nos relacionamentos com as pessoas que estão à nossa frente? Se não fizermos isso, podemos perder muitos momentos importantes com eles e deixar o que realmente importa de lado.